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Delcy Rodrigues Canalles nasceu em Pedro Osório - RS, em 16/05/31. Filha de Sophia Irene Rodrigues Canalles e Avelino Canalles. É divorciada e tem três filhos, nove netos e quatro bisnetos.
Bacharel em Pedagogia e Licenciada em Didática pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ijuí-RS. Bacharel em Ciências Políticas e Sociais pela Faculdade de Cruz Alta-RS. Participa de dois Dicionários : “ Directory of International Writters ”, nos Estados Unidos e “ Dicionário de Poetas Contemporâneos ”, no Brasil.
Pertence a inúmeras Instituições Culturais, no Brasil e três no exterior e participa de muitas Antologias. É detentora de algumas dezenas de troféus, obtidos em concursos de Poesia e Trovas, no Brasil, Portugal , Argentina e República Dominicana. Possui poesias e trovas (vertidas para o italiano, pelo Prof. Claudino Boscatto), no Centro Cultural de Veneto, na Itália;
Pertence à Academia de Letras de Cambotiú-SC e à Academia de Trovas do Rio Grande do Norte, como Sócia Correspondente.
-Publicou;
“Revista“ com 33 acrósticos às suas paraninfandas .(1968)
-“Símbolos Rio-grandenses” em co-autoria com Beatriz Ribeiro,(1976)
“Trovas” (1976) e “Trovas Dois” (1978)
“Tênis de Sextilhas” em co-autoria com sua irmã Gislaine Canales;(2005)
“Acrósticos” (2008)
“Diálogos em Trovas I” , com José Luca de Barros
“Diálogos em Trovas II”, com José Lucas de Barros
“Diálogos em trovas III”, com José Lucas de Barros
“Quando Dois Rios se Encontram” com José Lucas de Barros(2008)
“Diálogo em Septilhas” com José Lucas de Barros(2009
“Sexteto em Sextilhas” com mais 5 poetas :A.A.de Assis, Ademar Macedo, Prof. Garcia, Gislaine Canales e José Lucas(2009)
Seu hobby é corresponder-se com poetas e trovadores.
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ORAÇÃO DO CEGO
Senhor,
eu agradeço a vida
que me deste
e a riqueza interior
que trago em mim.
Sem a visão,
Senhor ,
Tu me fizeste
e eu agradeço a vida,
mesmo ,assim !
Apesar desta eterna
escuridão,
eu posso ouvir,
posso falar
e andar...
E nada há melhor
que um coração,
capaz de amar ,
sentir e palpitar!
Senhor,
esta cegueira
que carrego
é física,
é ,apenas, aparente,
pois,Tu, desenvolveste
os meus sentidos,
e eu posso ver
de forma diferente !
Há pessoas que não têm
tanta riqueza,
embora possam tudo
enxergar,
pois não veem, como eu,
essa beleza,
que a natureza
está a lhes mostrar!
Elas são cegas,
todos nós sabemos,
pois cego
é todo o ser
que não quer ver.
E, nós, Senhor,
chamados cegos,
vemos
e te louvamos
para agradecer!
Delcy Canalles
MONÓLOGO DA DESINTEGRAÇÃO
Sempre disseste que és meu amigo
E que entendes
esta imensa tristeza ,
que trago comigo ...
Talvez, por isto,eu sinta,hoje,
esta necessidade estranha ,
esta necessidade tamanha
de falar contigo,
de dialogar ,
desabafar ,
de explodir,
de chorar !
E é em meio a este desespero,
que eu quero,
que eu espero,
que eu imploro,
quase em choro,
que me ouças ,
que compreendas,
que escutes
e que entendas
esta catarse sem peias ,
que eu sinto correr nas veias,
buscando liberação,
para esta angústia incontida,
para esta tristeza sentida ,
que oprime meu coração !
Tu, que estudaste o átomo,
em sua contextura ,
elementos, dimensão,
ajuda-me a descobrir a essência
_qual estudioso da ciência _
do que é desintegração!
Não da matéria bruta,inanimada,
mas da matéria viva,
orgânica,humanizada!
Não podes me ajudar?
Eu já sabia!
Eu sentia! Eu temia! Eu previa!
É que as leis ,que os cientistas formularam,
se aplicam à matéria inerte, fria!
Por isso,tens de calar!
Mas eu não. Eu quero falar!
Quero contar-te,agora,o meu exemplo,
como se eu me confessasse, a ti ,
num grandioso e extraordinário templo,
onde serias tu , amigo , o confessor ,
e eu , aquele que busca ,
busca , em ti , um consolo pra dor!
Imagina um ser humano machucado pela vida,
arranhado pelo destino ,
violentado em sua própria alma,
afastado da pessoa que mais ama,
privado de descanso,paz, sossego e calma!
E se isso,meu amigo, não bastasse,
jogassem , contra ele , uma bomba fantástica,
da maneira mais drástica,
como aquela que abateu Hiroshima
e, não ,apenas,matou,
mas destruiu, desintegrou,
tornou aquela terra,dantes,tão povoada,
um vazio de vidas ,
um deserto de nadas!
Tu ris ? –Eu acabo de ver!
E tens razão de rir,
pois não chegaste a entender
o que eu quis te dizer !
E, então , como tu, eu também rio:
Ah ! Ah ! Ah !
Mas o meu riso é triste,é desolado,
é um riso nervoso, é um riso aparvalhado,
é um riso falso de tristeza e dor!
É um mecanismo. Entendes ?
_De defesa !
É formação reativa
do meu estado interior !
Tu choras , amigo meu ?
Choremos juntos , então.
Enfim , tu compreendeste
o que é desintegração !
Esse alguém , de triste fado,
que um dia,
há muito , nasceu !
Hoje, desintegrado,
ainda existe :
_ Sou Eu !!!
Delcy Canalles
M ulher gaúcha, eu queria
Um poema ...uma poesia
Linda , p`ra te oferecer !
Herança, que és, dos farrapos,
Esses gaúchos tão guapos ,
Razão do nosso viver!
Gosto de ver-te vibrando ,
Assim, como “Ellis”cantando
Um canto que o amor expande!
Chinoca do meu Estado,
Hei de ver-te com agrado,
Aqui neste Rio Grande!
Mulher de fibra e coragem,
Eu contemplo a tua imagem
Ufanada de emoção !
Sei que tu és a esperança,
Por isso, tens a confiança,
A confiança da Nação !
Rainha destas coxilhas,
Aqui, nos pagos, tu brilhas,
Bonita ...cheia de graça !
E ,pelo valor que tens,
No tranco dos “Parabéns”
Sinto que o povo te abraça! |
MÁRIO QUINTANA
Mário ,
com a beleza
da tua poesia
e a admiração
que conquistaste,
tu não entraste
na “Academia”,
nem “Imortal” ,
Quintana,
te tornaste !
E perguntamos
o porquê ,
a causa ...
E o bom senso,
de pronto ,
nos revela :
Tu não entraste
na Academia,
porque és grande
demais ...
Não cabes nela !
Delcy Canalles
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